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Conheça o Jambu, botânico da The Alchemist de agosto

Todo mês, a @theginflavors e a @escoladebotanica se juntam para te trazer informação e conhecimento sobre um ingrediente botânico que compõe o Gin Artesanal Nacional do Clube do Gin. Em agosto, o botânico de destaque na revista The Alchemist é o Jambu.

O jambu (Acmella oleracea) é uma planta herbácea da família Asteraceae (a mesma família das camomilas e girassóis), originária da América do Sul, popularmente também conhecida por jambu-amazônico, jambú-açú, jamburana, mastruço-do-pará, nhambú ou agrião-do-pará.

Segundo Flora do Brasil, a espécie é naturalizada e não endêmica do Brasil, podendo ser encontrada em regiões da Amazônia e Mata Atlântica, em Áreas Antrópicas e Floresta Ombrófila, nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul.

A planta foi introduzida em diversas regiões da América do Sul, África, Europa e sudoeste da Ásia.

Atinge entre 30 e 40 centímetros de altura e apresenta folhas simples e pecioladas com 3 a 6 centímetros de comprimento. As minúsculas flores são amarelas e dispostas em capítulos axilares e terminais.

Jambu (Acmella oleracea)

Muito popular na culinária da Amazônia, Amapá, Rondônia e principalmente do Pará (consumida em pratos típicos como o tacacá e o tucupi, em saladas e refogados) e também por suas propriedades na medicina tradicional, na cosmetologia (em cremes firmadores, para pré-tatuagem e ceras depilatórias, por exemplo) e como ingrediente de sucos, bebidas alcoólicas e drinques.

Esta espécie é cultivada para a produção de flores secas, que são utilizadas como matéria prima para a elaboração de cachaças, licores, geleias e conservas.

Sua propriedade mais famosa é a de deixar os lábios e mucosas dormentes, quando consumida, seja fresca ou seca.

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No território brasileiro existem diferentes espécies do gênero Acmella e variedades, com usos regionais e características distintas, como por exemplo o jambu-miúdo (Acmella ciliata),  que apresenta inflorescências menores, sendo mais cultivada pelas folhas, que são consumidas cruas ou cozidas, e o nativo jambu-pequeno (Acmella uliginosa) mais comum na região Nordeste do Brasil.

Além da propriedade anestésica, o jambu é diurético, digestivo, sialagogo (induz secreção de saliva) e antiasmático. Os capítulos florais concentram as propriedades odontálgica e antiescorbútica.

Seu princípio ativo mais famoso, principal constituinte da oleoresina e extrato concentrado, é o espilantol, a substância responsável por seus efeitos medicinais. O espilantol é mais concentrado e abundante nas inflorescências da planta, mas pode ser obtido também a partir das folhas e das hastes.

O óleo de jambu é descrito com propriedades antioxidantes, diuréticas e anti-inflamatórias, com aplicações visadas pelas indústrias farmacêutica, de cosméticos, produtos de higiene pessoal e gomas de mascar.

Jambu (Acmella oleracea)

Pesquisadores do Instituto de Química da Unicamp desenvolveram uma tecnologia para obtenção do espilantol sintético e estima seu uso em uma série de produtos para diversas aplicações.

Seja em cachaças, destilados, infusões ou tônicas, o jambu conquista cada vez mais o mercado de bebidas por sua refrescância herbal, leveza e pelo peculiar efeito de formigamento na boca. Diversas receitas de coquetéis e drinques foram criadas por chefes de bar e bartenders para te proporcionar esta incrível experiência sensorial!

Patrícia Dijigow

Escola de Botânica