Saiba tudo sobre a história do gin Tanqueray, o mais famoso e amado do mundo
A crescente popularidade do gin fez com que diversos novos rótulos, nacionais e internacionais, surgissem no mercado especializado de bebidas.
A alta demanda e um público cada vez mais exigente estimulou a criação de novos destilados por parte das produtoras já estabelecidas, assim como fez com que empresários iniciantes na área se aventurassem com ideias originais. Os dois casos trouxeram um frescor muito bem-vindo aos amantes de bebidas.
Mas mesmo que hoje existam uma grande variedade de gins contemporâneos, os clássicos ainda ocupam um lugar especial no coração de profissionais do ramo de e consumidores casuais.
Esse é o caso do gin Tanqueray, uma das marcas de gin mais conhecidas e amadas de todo o mundo.
História do Gin Tanqueray
A história do gin Tanqueray começa no século XIX, mais precisamente na década de 1830. A família que dá origem ao nome da marca, vinda da França, chegou à Inglaterra no começo do século anterior.
Os filhos da família Tanqueray, os irmãos Charles e Edward, tinham o desejo de se envolverem no promissor mercado de gin, a bebida que vinha ganhando o apreço dos ingleses desde a metade do século XVII.
Em 1838, os dois abriram uma destilaria na Vine Street, uma rua localizada no distrito de Bloomsbury, em Londres. Pouco depois, Edward acabou falecendo e Charles assumiu o negócio sozinho, aos poucos revolucionando a indústria com seu produto.
Ele foi um dos primeiros a produzir o chamado London Dry, um gin em estilo mais seco e incisivo, feito em processo de destilação que tornava a bebida mais pura e com sabores autenticamente abertos e intensos.
Charles criou a receita do gin em segredo, e é desta forma que ela permanece até os dias atuais. O que se sabe, no entanto, é que os sabores e aromas tão característicos do Tanqueray são frutos do zimbro, coentro, raiz de angélica e alcaçuz. Os demais ingredientes são guardados a sete chaves.
Além de ter talento para a destilaria, Charles também era um homem de negócios nato. Ele iniciou a exportação do Tanqueray para as colônias britânicas ao redor do mundo e, em 1898, estabeleceu a fusão de sua empresa com a Alexander Gordon & Co, produtora do também conhecido gin Gordon’s.
Essa união deu à luz à maior casa especializada em gin até então, atravessando as fronteiras europeias para conquistar terras norte-americanas.
No século XX, o mercado dos Estado Unidos se tornou muito promissor graças a uma situação controversa: a instalação da Lei Seca fez com que a busca por bebidas alcóolicas crescesse ainda mais, tornando-se uma oportunidade e tanto para que o Tanqueray ganhasse força também do outro lado do Oceano Atlântico.
Há quem diga que caixotes de madeira cheios de garrafas do gin Tanqueray boiavam pelas águas da costa norte-americana à espera de comerciantes que pudessem revender as bebidas em bares clandestinos.
Todo esse interesse executado debaixo dos panos fez com que os Estados Unidos se tornassem o país que mais consome o gin da família Tanqueray em todo o mundo.
De acordo com pesquisas de historiadores, o primeiro drink consumido na Casa Branca em comemoração ao fim da Lei Seca foi o T&T – Tanqueray e Tônica.
Na década de 1920, o Dry Martini se tornou a bebida do momento entre os estadunidenses. A inclusão de gin na receita fez com que a popularidade do Tanqueray explodisse.
Apesar de ter conseguido sobreviver muito bem à proibição de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos, a marca sofreu uma provação ainda mais severa alguns anos depois, na Europa.
A destruição causada pelas ações de poder militar das tropas alemãs durante a Segunda Guerra Mundial, em 1941, atingiu duramente as instalações da destilaria. O prédio da Tanqueray, em Londres, ficou quase completamente inutilizado por causa disso.
Apenas um dos alambiques de destilação, nomeado como Old Town, sobreviveu aos bombardeios. A força dos ataques foi tão grande que a fábrica só conseguiu abrir as portas outra vez em 1957.
Com muito trabalho, esforço e dedicação, o Old Town voltou às atividades anos mais tarde, funcionando, inclusive, até hoje.
Depois que a destilaria conseguiu se reerguer após a Guerra, o gin começou a ser embalado em sua icônica garrafa verde.
Nos anos 1960, os Estados Unidos passavam por uma febre de coquetéis, mesma época em que Frank Sinatra e Sammy Davis Junior se apaixonaram pelo Tanqueray, o que fez com que a fama do gin crescesse ainda mais.
No final dos anos 1970, a marca já vendia mais de um milhão de caixas em todo o planeta. Em 1989, a produtora lançou o Tanqueray Sterling, uma vodka que tinha duas versões – original e cítrica –, elaborada especialmente para o mercado norte-americano.
A vida desse produto não foi muito longa e a sua produção foi descontinuada em 2001. Mas como tudo que envolve o Tanqueray, o Sterling deixou sua marca registrada e virou um queridinho entre os bartenders, sendo relançado em edição limitada em 2013.
Outras versões do Tanqueray
Além do rótulo clássico e do Sterling, a história do gin Tanqueray também é composta por outras versões bastante famosas e extremamente apreciadas.
O Tanqueray Ten é a versão super premium do original, destilado em pequenos lotes e com ingredientes finos. Na boca, o sabor é cítrico e com agradáveis notas de camomila.
O Rangpur é feito com limões tipo rangpur – também conhecidos como limão-cravo –, toques de gengibre, folhas de louro, suco de tangerina e especiarias indianas.
O Flor de Sevilla tem o gostinho do mediterrâneo com laranjas da Espanha, zimbro, coentro, raiz de angélica, alcaçuz e outros botânicos que são mantidos em segredo.
