Conheça mais sobre o significado desse termo que carrega um ar de misticismo, mistério e busca pelo conhecimento do estado das coisas
É comum presenciarmos a palavra “alquimia” em contextos relacionados à produção de gin. Isso fica ainda mais forte quando tratamos da criação de drinks e coquetéis que têm o destilado como protagonista das receitas.
Você sabe exatamente o que é e de onde surgiu o termo alquimia de bebidas? Saiba mais sobre os mistérios que envolvem esse termo carregado de esoterismo, misticismo, mágica e junção de elementos para dar vida a um novo produto.
Alquimia: especulações e descobertas
A alquimia, de acordo com dados disponibilizados pela Enciclopédia Britânica, se difundiu na Europa Latina, no século XVII. A palavra foi utilizada para nomear um aspecto do pensamento que corresponde à atual astrologia.
Essas duas áreas representam as tentativas e as tendências da humanidade em tentar descobrir qual é o ponto de relação entre o homem e o cosmos para, a partir daí, explorar o conhecimento em benefício da espécie humana.
O objetivo dessa descoberta é a transmutação. Essa é uma das palavras-chave que caracterizam a alquimia e pode ser entendida de diversas maneiras. Por essa razão, não é incomum presenciarmos o termo em áreas como a química, por exemplo.
A transmutação consiste na transformação que se espera de um estado para outro a partir da interferência do químico por meio de experimentos que são utilizados para analisar o nível de expansão dos estados evolutivos das coisas.
O ar de mistério que a alquimia revela denota o caráter iniciático dos alquímicos. Estes deveriam passar por estágios de iniciação a partir de ensinamentos a respeito dos mistérios existentes entre o céu e a terra para, assim, terem as condições necessárias de evoluir.
Isso não tem relação com bruxarias, divindades, demônios ou outros elementos muito marcantes da Idade Média para denominar as ações de quem se debruçava a compreender o que caracterizava o estado e a transformação das coisas.
Muitas pessoas foram mortas ou perseguidas sob a acusação de fazerem pacto com o diabo pelo simples fato de questionarem a natureza de tudo que está presente no mundo.
Curiosamente, foi nessa época que a alquimia contou com os maiores avanços. Na realidade, a alquimia foi uma das grandes responsáveis pela evolução no campo da medicina. Ela abriu portas para a cura de várias doenças.
E o que isso tem a ver com alquimia de bebidas?
Para entender esses conceitos e ser capaz de relacioná-los ao contexto das bebidas, em especial do destilado que tem como ingrediente principal e obrigatório o zimbro, você deve ir um pouco mais adiante com a reflexão acerca do conceito de evolução.
A alquimia tem como símbolo tudo aquilo que se cria a partir de etapas que garantem a transmutação do estado inicial para o final. De acordo com os alquimistas, os homens devem buscar evoluir passo a passo para evoluírem melhor.
E isso se aplica não só ao que nós somos, mas também ao que fazemos. E aí entra a alquimia de bebidas. No contexto do gin, ela é constantemente utilizada por aqueles que dedicam seus dias a preparar o destilado.
Quando os botânicos são adicionados ao processo de destilação, toda ação está relacionada ao universo alquímico. Coentro, angélica, erva-doce, frutos, sementes, entre outros vegetais, são incorporados para que sejam transformados em um estado final: o gin.
A alquimia reside justamente na medida, na escolha de cada um desses botânicos, no processo de maceração, aquecimento ou resfriamento. E é exatamente esse misto de possibilidades que cria as condições favoráveis para que cada bebida seja única.
O mesmo serve para o preparo de coquetéis e drinks a partir da inserção de ingredientes que são responsáveis pela modificação de um estado inicial em outro elemento que nos convida à imersão sensorial.
Nesse ponto, cabe enfatizar que, se você gosta de preparar receitas com gin e coloca sua curiosidade e pensamento criativo como condutores da sua ação, certamente está propagando a alquimia.